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O luminol desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), empregado em mais de 3.800 perícias da Polícia Civil fluminense somente neste ano, deverá chegar a hospitais brasileiros dentro de 12 a 18 meses. A previsão é da Belcher Pharmaceuticals, empresa norte-americana que negocia o licenciamento exclusivo da fórmula por dez anos, mediante investimento de R$ 4,5 milhões.
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ToggleEstabilidade de até seis meses
Patenteado em 2021, o reagente criado no Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (Lasape/IQ-UFRJ) emite luz azulada ao entrar em contato com sangue. Diferentemente de luminóis importados, que perdem eficácia cerca de duas horas após a preparação, a versão brasileira mantém a atividade por até seis meses, facilitando transporte e armazenamento.
O composto começou a ser desenvolvido em 2002 sob coordenação do professor Cláudio Cerqueira Lopes, com apoio financeiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Atualmente, o laboratório produz cerca de 30 litros por mês — volume suficiente apenas para suprir a demanda da Polícia Civil.
Da investigação criminal à prevenção de infecções
A Belcher pretende realizar estudos-piloto em hospitais de referência para validar a eficácia do luminol na identificação de vestígios de sangue em equipamentos médicos, centros cirúrgicos, UTIs e áreas de esterilização. A detecção de traços invisíveis pode reduzir o risco de infecções hospitalares, responsáveis por aproximadamente 100 mil mortes anuais no Brasil, segundo dados da UFRJ.
Exemplos citados pelo professor Lopes incluem a verificação de limpeza em bombas de hemodiálise: ao coletar líquido residual e aplicar o reagente, qualquer brilho indica contaminação. A equipe também estuda variações do produto para quantificar sangue em cenas de crime e detectar sangue oculto em amostras de fezes na gastroenterologia.
Próximos passos regulatórios
Após a conclusão do contrato e da aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Belcher planeja expandir o fornecimento ao mercado internacional. O presidente da companhia no Brasil, Emanuel Catori, afirma que tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos não afetaram as negociações.
Imagem: infomoney.com.br
Parceria consolidada com a Polícia Civil
Desde o início dos anos 2000, os peritos do Rio utilizam o material da UFRJ em investigações de grande repercussão, como a chacina da Baixada Fluminense (2005) e o caso Staheli (2004). A perita Claudiane Canuto destaca a troca constante de informações entre a corporação e o laboratório, fator que ajudou a aprimorar a sensibilidade e o prazo de validade do produto.
Diego Allonso, da Inova UFRJ, órgão responsável pela transferência de tecnologia da universidade, avalia que a parceria com a Belcher permitirá a produção em escala industrial, algo inviável na estrutura atual do instituto. A expectativa é finalizar a assinatura do contrato ainda este ano.
A UFRJ continuará fornecendo kits à Polícia Civil enquanto o novo ciclo de fabricação para uso médico é estruturado.
Com informações de InfoMoney
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