Deputados de oposição acusam Zema de priorizar pré-candidatura presidencial e abandonar Minas Gerais

Um grupo de 20 deputados estaduais mineiros divulgou, no domingo (17), uma carta aberta em que acusa o governador Romeu Zema (Novo) de deixar de lado os problemas de Minas Gerais para dedicar-se à construção de uma pré-candidatura à Presidência da República.

A manifestação partiu do Bloco Democracia e Luta, que reúne parlamentares de PT, PC do B, Psol, Rede e PV. No documento, os deputados afirmam que, após quase sete anos no comando do Estado, Zema tenta projetar a imagem de “político inovador” com base em ações de marketing e um orçamento publicitário estimado em R$ 147 milhões.

Principais críticas

O texto elenca uma série de apontamentos contra a gestão estadual:

• corte de combustíveis para viaturas policiais;
• tentativa de privatizar escolas e abandono da rede de ensino público;
• hospitais sem condições de atendimento e negligência na área da saúde;
• redução de R$ 1 bilhão em recursos destinados ao combate à pobreza;
• estradas deterioradas enquanto obras favoreceriam “interesses pessoais”.

Os parlamentares também acusam o governador de ter autorizado um reajuste de 300% em seu próprio salário, contraste com o aumento de 3% concedido a servidores públicos. Além disso, mencionam gastos com bufês de luxo e isenções fiscais bilionárias para grandes empresas.

Relações internacionais

A carta questiona ainda a postura de Zema em assuntos externos. Segundo os deputados, o governador elogiou medidas de um presidente estrangeiro que ameaçariam a soberania do Brasil e adotou posição hostil ao Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Dados citados pelo grupo, atribuídos à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), indicam que essa postura pode colocar em risco até 187 mil empregos relacionados às exportações mineiras para países do bloco.

No encerramento, os signatários fazem um apelo para que Minas Gerais “não seja usada como trampolim de ambições pessoais” e afirmam que o que não for bom para o Estado “nunca será bom para o País”.

Com informações de InfoMoney