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Pais de adolescentes recebiam de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês para permitir que seus filhos se mudassem para a casa do influenciador digital Hytalo Santos, em João Pessoa (PB). A prática, revelada pelo programa Fantástico, é alvo de investigação do Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB) e da Polícia Civil.
Hytalo e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos na última sexta-feira (15) em São Paulo (SP), acusados de tráfico de pessoas e exploração sexual de menores. De acordo com o delegado Fernando Davi, o casal tinha conhecimento do mandado de prisão e, por isso, haveria indícios de tentativa de fuga. Na abordagem, foram apreendidos quatro celulares.
Rotina sob controle rígido
Ex-funcionários ouvidos de forma sigilosa relataram que os jovens eram submetidos a regras estritas: Hytalo determinava horários de alimentação, sono e uso de celular. Segundo esses depoimentos, ele também simulava a ida dos adolescentes à escola em gravações, mas as aulas não eram frequentadas com regularidade. Registros apontam até 50 dias de ausência para acompanhar viagens de gravação.
Festas, álcool e condições precárias
As denúncias mencionam festas frequentes na residência, com oferta de bebidas alcoólicas a menores de idade. Uma ex-funcionária afirmou que a casa tinha higiene precária e que a alimentação dependia da permissão do influenciador.
Produção de conteúdo e lucro
Segundo o MPT-PB, a rotina lembrava um reality show: os adolescentes gravavam vídeos diários, por vezes com coreografias sensuais, publicados em redes sociais. A atividade gerava receita elevada por meio de publicidade, rifas e sorteios online. As investigações apuram ainda o caso de uma adolescente que engravidou e sofreu aborto enquanto morava no local.
Denúncia e bloqueio nas plataformas
O caso ganhou repercussão após denúncia do youtuber Felca. Após a exposição, TikTok, YouTube e Instagram suspenderam a monetização dos perfis de Hytalo, mas não explicaram por que as contas permaneceram ativas até então.
Imagem: infomoney.com.br
Origem da carreira
Hytalo começou dando aulas de dança em praças públicas de Cajazeiras (PB) e ganhou notoriedade ao postar vídeos com adolescentes. Com o crescimento da audiência, passou a exibir carros de luxo e mansões. Ex-colaboradores afirmam que ele recebia grandes quantias em dinheiro vivo e joias; a defesa nega qualquer irregularidade.
Para o Ministério Público, existem provas robustas de que adolescentes foram aliciados em várias cidades, levados para João Pessoa e submetidos a trabalho forçado. Após a prisão do casal, os jovens retornaram às famílias. O processo segue em curso.
Com informações de InfoMoney
