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Participação de cubanos no Mais Médicos cai para 10% após decisão dos EUA sobre vistos

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O Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou, na quarta-feira (13), os vistos de funcionários do Ministério da Saúde brasileiro, ex-colaboradores da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e seus familiares, alegando “trabalho forçado” de médicos cubanos no programa Mais Médicos. A medida reacendeu o debate sobre a presença de profissionais da ilha em unidades básicas espalhadas pelo país.

Como funciona o Mais Médicos

Criado em 2013 para suprir a falta de profissionais em áreas remotas ou carentes, o Mais Médicos atende hoje mais de 4 mil municípios e já beneficiou 66,6 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde. A estratégia prioriza a contratação de brasileiros; estrangeiros são chamados apenas quando restam vagas abertas.

Presença cubana ao longo dos anos

No auge da cooperação com a OPAS, em junho de 2014, 11,3 mil cubanos integravam o programa — 64% do total de 17,5 mil médicos. Ao fim do acordo, em junho de 2018, eram 8,5 mil, o equivalente a 50% dos 16,8 mil profissionais.

Atualmente, 2,6 mil cubanos seguem no Mais Médicos, representando cerca de 10% dos mais de 26 mil médicos em atividade. Desde 2019 a participação estrangeira ocorre por meio de editais abertos, sem intermediação da OPAS. Entre os contratados hoje, 22,7 mil são brasileiros.

Impacto na assistência

Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) ouviu cerca de 14 mil usuários: 81% tinham baixa renda e 95% declararam satisfação com o atendimento, atribuindo nota média 8,4 (8,7 entre indígenas).

Levantamentos citados pelo Ministério da Saúde apontam redução de 56% no déficit de atenção primária em vários municípios, queda nas internações por causas evitáveis e avanço da cobertura de 10,8% para 24,6% da população apenas no primeiro ano do programa.

Reação de especialistas

Para o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Rômulo Paes, a cooperação cubana foi “fundamental” nos primeiros anos. Ele classifica a decisão norte-americana como ato de política externa sem relação direta com a área da saúde.

Cuba e a exportação de serviços médicos

Cuba mantém hoje 24 mil médicos em 56 países e já enviou, desde a década de 1960, 605 mil profissionais a 165 nações. A prestação de serviços de saúde ao exterior é uma das principais fontes de receita do país, que sofre embargo econômico imposto pelos EUA há mais de 60 anos.

Com informações de InfoMoney

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