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PF indica articulação de Jair e Eduardo Bolsonaro para pressionar STF e obstruir investigações, diz relatório

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Brasília – A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de organização criminosa. O relatório final da PF, entregue ao ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), integra a ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Ofensiva internacional

Segundo o documento, pai e filho coordenaram, entre julho e fevereiro deste ano, uma estratégia internacional para pressionar instituições brasileiras. A PF afirma que Eduardo atuou nos Estados Unidos para convencer aliados do ex-presidente Donald Trump a aplicar sanções econômicas contra ministros do STF, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da própria Polícia Federal, alegando perseguição política contra Jair Bolsonaro.

A corporação aponta que a retirada dessas sanções seria condicionada, pelos articuladores, à aprovação de uma anistia ampla no Brasil e à responsabilização de ministros do Supremo. O auge da iniciativa ocorreu em julho de 2025, quando o governo Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — medida que, segundo os investigadores, teve relação direta com a atuação de Eduardo Bolsonaro.

Mensagens interceptadas

Conversas extraídas dos celulares de Jair e Eduardo indicam movimentação conjunta entre 7 e 17 de julho. Em um dos trechos, o deputado escreve: “Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia OU enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto”.

Em 9 de julho, data do anúncio das tarifas, Eduardo comenta: “Quase meia-noite no Brasil e ele postou de novo”, referindo-se a Trump. Dois dias depois, sugere ao pai um agradecimento público: “O cara mais poderoso do mundo está a seu favor. Fizemos a nossa parte”.

As mensagens também mostram ataques ao governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Tarcísio nunca te ajudou em nada no STF”, escreveu Eduardo, relatando ter trabalhado para dissociar a imagem do governador da do ex-presidente junto a interlocutores norte-americanos.

No dia 15 de julho, o parlamentar cita sanções da Lei Magnitsky contra Moraes “próximas de serem aplicadas”. Em 17 de julho, véspera da apreensão dos celulares, volta a pedir que Bolsonaro agradeça publicamente a Trump — o que ocorreu horas depois, em vídeo com legendas em português e inglês.

Recursos financeiros e rascunho de asilo

O relatório revela ainda que Jair Bolsonaro transferiu cerca de R$ 2 milhões para o filho via Pix, valores arrecadados entre apoiadores. As mensagens mostram o ex-presidente revisando notas oficiais e discursos que sustentavam a ofensiva internacional.

Durante a análise do celular de Bolsonaro, a PF localizou um rascunho de pedido de asilo político ao presidente argentino Javier Milei, salvo em fevereiro. O texto, atribuído à advogada Fernanda Bolsonaro, esposa do senador Flávio Bolsonaro, alega “perseguição política” e fundamenta o pedido em “delitos essencialmente políticos”.

Próximos passos

Para a PF, os elementos reunidos demonstram uma ação orquestrada, de alcance internacional, voltada a obstruir a Justiça, coagir o STF e criar cenário favorável à impunidade do ex-presidente. O relatório está agora na Procuradoria-Geral da República, que decidirá se apresenta denúncia, requisita novas diligências ou arquiva o caso.

Com informações de InfoMoney

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