Reform UK diz que deportação em massa de solicitantes de asilo “pode e deve ser feita”

O Reform UK afirmou nesta terça-feira (26 de agosto de 2025) que pretende deter e expulsar em massa solicitantes de asilo que cheguem ao Reino Unido em pequenos barcos. A declaração foi feita por Zia Yusuf, dirigente da sigla de direita populista, durante entrevista à BBC.

Yusuf adiantou que, caso o partido vença as próximas eleições, esses migrantes “não poderão circular livremente pela comunidade”. Ele falou poucas horas antes de uma coletiva em que o líder do Reform UK, Nigel Farage, detalhará o plano para reunir todos os estrangeiros que entrem ilegalmente no país e repatriá-los ao país de origem ou a “terceiros Estados seguros”.

O dirigente reconheceu que Farage já classificara a deportação total de migrantes de pequenos barcos como “politicamente impossível”, mas disse que o entendimento mudou “pelos fatos no terreno” e por estudos do partido que mostram que “isso não apenas pode ser feito, como deve ser feito”.

A proposta do Reform UK prevê:

• Saída do Reino Unido da Convenção Europeia de Direitos Humanos;
• Revogação da Lei de Direitos Humanos britânica;
• Utilização de bases militares ociosas e construção de novos centros de detenção para abrigar “dezenas de milhares” de pessoas até a remoção;
• Custo estimado de £10 bilhões em cinco anos.

Segundo Yusuf, a fase 1 do projeto abrangeria adultos, enquanto a fase 2 incluiria a deportação de menores desacompanhados até o fim da próxima legislatura, que termina em 2029.

O Reform UK lidera atualmente as intenções de voto à frente do governista Partido Trabalhista e dos Conservadores, de acordo com pesquisas.

Em 2024, o Reino Unido recebeu cerca de 108.100 pedidos de asilo, o quinto maior volume da União Europeia e um recorde nacional. Ajustado à população, o país ficou na 17ª posição, com 16 solicitações por 10 mil habitantes, de acordo com o Migration Observatory da Universidade de Oxford.

As travessias de pequenos barcos têm sido um desafio constante tanto para o antigo governo conservador quanto para a administração trabalhista de Sir Keir Starmer, no poder desde julho de 2024. O governo defende que a redução desse fluxo depende do aperfeiçoamento do sistema de asilo, da aceleração das decisões e da retirada de quem tiver pedidos negados.

Com informações de Financial Times