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O governo do Reino Unido desistiu da ordem que obrigava a Apple a disponibilizar um “backdoor” para acessar dados criptografados de usuários em todo o mundo, informou a diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, em publicação na plataforma X, nesta terça-feira (2).
Segundo Gabbard, a exigência britânica colocava em risco “as liberdades civis dos cidadãos norte-americanos” ao permitir o acesso a dados protegidos por criptografia. Até o momento, a Apple afirma não ter recebido comunicação oficial nem de Londres nem de Washington sobre a retirada da solicitação.
A ordem foi emitida em dezembro de 2023, com base no Investigatory Powers Act. Naquela ocasião, a empresa contestou a medida afirmando que nunca criou — e não criaria — uma chave mestra para seus serviços. Em resposta, a Apple removeu do mercado britânico o recurso Advanced Data Protection (ADP), que impede qualquer pessoa, inclusive a própria companhia, de decifrar arquivos armazenados por usuários que ativam essa camada extra de segurança.
Paralelamente, a gigante de tecnologia iniciou um processo legal para anular a determinação. A audiência estava marcada para o início de 2026, mas não se sabe se o caso continuará após a decisão do Reino Unido.
Devido ao caráter sigiloso da notificação, não há confirmação sobre eventuais exigências feitas a outras empresas. O WhatsApp, serviço de mensagens usado por milhões de britânicos, declarou que não recebeu pedido semelhante e manifestou apoio à Apple na disputa judicial.
Imagem: bbc.com
As organizações Privacy International e Liberty também ingressaram com ações contra o governo britânico em defesa da criptografia. Apesar de já existir o Data Access Agreement — acordo que permite a troca de informações entre Estados Unidos e Reino Unido para fins de investigação —, a demanda retirada estendia o acesso a dados criptografados de usuários globalmente.
Questionado pela BBC, o Ministério do Interior do Reino Unido (Home Office) não se pronunciou sobre o recuo.
Com informações de BBC News
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