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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, intensificou nas últimas semanas uma ofensiva diplomática – que combina pressão política direta e uso de “soft power” – para moldar a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes da cúpula entre Trump e o líder russo Vladimir Putin, marcada para sexta-feira (15) em Alasca.
Segundo interlocutores ouvidos pelo Financial Times, Londres tem recorrido a todos os “instrumentos disponíveis” para assegurar que qualquer acordo discutido na reunião leve em conta a integridade territorial da Ucrânia. A mobilização inclui:
- Criação, junto à França, de um quartel-general conjunto em Paris para a chamada “coalizão dos dispostos”, preparada para enviar rapidamente tropas, aviões e embarcações à Ucrânia caso um cessar-fogo seja firmado.
- Uma série de três ligações na última semana entre Trump, líderes europeus e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, em que europeus tentaram “enquadrar” a proposta americana.
- Busca de garantias de que Washington dará cobertura aérea e logística a qualquer missão europeia em território ucraniano.
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ToggleReceio de “troca territorial”
O maior temor em capitais europeias é que Trump aceite discutir uma “troca de terras” – na prática, a cessão de regiões ocupadas pela Rússia – sem presença de Zelenskyy na mesa. Embora Downing Street mantenha o discurso de “apoio total” à soberania ucraniana, porta-vozes admitem que “nada pode ser decidido sem Kiev”, sinalizando espaço para concessões se partirem do próprio governo ucraniano.
Analistas europeus alertam ainda para a escassez de especialistas em Rússia na equipe de Trump. O presidente deverá entrar na reunião apenas com um intérprete, sem assessor de segurança nacional especializado, cenário que aumenta o risco de Putin “dar nó” nos negociadores americanos.
Diplomacia no campo do charme
Paralelamente à diplomacia formal, Londres explora ativos culturais e turísticos para ganhar boa vontade de Washington:
Imagem: ft.com
- JD Vance, vice-presidente dos EUA, passou férias nesta semana em Chipping Norton, nos Cotswolds, escoltado por um comboio de 25 veículos. O roteiro foi organizado pelo ex-chanceler britânico George Osborne, que providenciou uma mansão do século XVIII a poucos metros da casa do ex-premiê David Cameron.
- Campos de golfe na Escócia, propriedade de Trump, e hospedagens em castelos, como Windsor, têm sido oferecidos como parte do “pacote de charme”.
- A França concordou em emprestar ao Museu Britânico a tapeçaria de Bayeux, peça de 900 anos, gesto visto como tentativa de curar feridas abertas pelo Brexit e reforçar laços culturais.
Além do Reino Unido, outros líderes europeus buscam caminhos personalizados para alcançar Trump. O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, tem jogado golfe com o republicano na Flórida, enquanto a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aposta na afinidade ideológica com o movimento “Maga”.
Para Starmer, o sucesso da estratégia dependerá do resultado da reunião no Alasca. Caso Trump aceite um acordo visto como desfavorável a Kiev, Downing Street terá de decidir se usa a relação pessoal cultivada com o presidente americano para tentar reverter o quadro.
Com informações de Financial Times
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