Santander reforça recomendação de compra para C&A e destaca queda das ações como oportunidade

O Santander reafirmou nesta segunda-feira (data da análise) a recomendação outperform – equivalente a compra – para os papéis da C&A (CEAB3) e manteve o preço-alvo em R$ 23,70. A decisão veio após a incorporação dos números do segundo trimestre de 2025 (2T25) ao modelo do banco.

Com a atualização, o Santander elevou, em média, 7% suas projeções de lucro líquido para o período de 2025 a 2027, ficando 6% acima do consenso de mercado. O ajuste se deve, principalmente, à redução das despesas financeiras depois do encerramento da parceria com a Bradescard.

Reação do mercado

Desde a divulgação do balanço de abril a junho, as ações da varejista recuaram 19%, ao passo que o Ibovespa avançou 1%. Para o banco, o movimento representa reação exagerada do mercado e cria espaço para entrada no papel. Hoje, CEAB3 fechou em alta de 6,42%, cotada a R$ 15,91.

Segundo o relatório, a relação Preço/Lucro projetada para o fim de 2026 está em 7,8 vezes, mesmo após acréscimo de cerca de 5% na estimativa de lucro desse ano. O Santander avalia que os avanços operacionais da companhia funcionam como amortecedor diante de uma possível desaceleração do varejo.

Perspectivas operacionais

Apesar de bases de comparação difíceis no terceiro trimestre de 2025 e do ambiente macroeconômico incerto, o banco acredita que a maturação das iniciativas estratégicas da C&A sustentará crescimento de receita e ganho de participação de mercado no médio prazo.

A instituição estima que a varejista aumentou seu market share em 40 pontos-base no comparativo anual, alcançando 4,1% em 2024. Também foi registrada redução na diferença de vendas por metro quadrado em relação à Lojas Renner, de 32% em 2022 para 27% neste ano.

Para o 3T25, a projeção é de same-store sales (SSS) de 5,4% e margem EBITDA estável. Mesmo em um cenário mais conservador, com SSS de 4% no segundo semestre de 2025 – metade da premissa base de 8,2% – o Santander calcula que EBITDA e lucro recuariam apenas 5% a 6%, graças à resiliência da margem bruta.

Planos de expansão

A administração da C&A apresentou um novo conceito de loja e pretende abrir entre 15 e 20 unidades em 2026, acima das 10 projetadas anteriormente. O plano inclui investir de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões em logística, buscando uma cadeia de suprimentos mais densa e responsiva para sustentar o crescimento das vendas nos próximos anos.

Com informações de InfoMoney