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Semana de quatro dias enfrenta recuo entre empresas brasileiras

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A adoção da semana de trabalho reduzida para quatro dias, incentivada pelo movimento 4-Day Week, perdeu força no Brasil. Dos 20 negócios que testaram o modelo no projeto-piloto iniciado em 2022, apenas duas mantiveram oficialmente a jornada encurtada até junho deste ano; a maioria migrou para formatos híbridos ou flexíveis dentro dos cinco dias tradicionais.

Coordenado mundialmente pela organização 4-Day Week Global, o programa foi implantado no país em parceria com a consultoria Reconnect Happiness at Work. De acordo com Renata Rivetti, fundadora da Reconnect, os resultados obtidos durante o teste receberam nota geral acima de 9 pontos. Mesmo assim, barreiras culturais, a desaceleração da economia e a volta de políticas de controle levaram muitas companhias a retomar o modelo convencional.

Modelo 100-80-100

O projeto segue a lógica “100-80-100”: 100% do salário, 80% do tempo trabalhado e 100% da produtividade. Globalmente, mais de 500 empresas já participaram da experiência, distribuídas por Europa, África, Américas e Oceania.

Desafios apontados

Rivetti afirma que o país ainda discute a jornada 6×1 e que a polarização presente nos debates sobre gestão de pessoas dificulta avanços. Ela destaca que o retorno ao “presencialismo” pode elevar a rotatividade, aumentar custos de treinamento e criar um “teatro da produtividade”.

Para pequenas e médias empresas, acrescenta a consultora, benefícios ligados ao bem-estar contribuem para atrair e reter talentos. Entre as participantes do piloto, Mol e Vockan relataram maior engajamento mesmo com metas agressivas.

Cenário internacional permanece favorável

Em outros países, a tendência segue firme. Na Islândia, ensaios realizados entre 2015 e 2019 reduziram a carga horária para até 36 horas semanais, mantendo ou aumentando a produtividade; cerca de metade da força de trabalho local já opera nesse formato. A Bélgica autorizou por lei a condensação da jornada em quatro dias, enquanto o Reino Unido registrou adesão de 92% das empresas que participaram de um experimento com mais de 3 mil funcionários.

Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália também relatam melhorias em saúde mental, queda de absenteísmo e, em alguns casos, aumento de receita. Um estudo norte-americano e canadense apontou redução de 69% no burnout, diminuição de 32% na rotatividade e acréscimo de 15% no faturamento.

Apesar dos obstáculos no Brasil, Rivetti mantém a expectativa de que a qualidade de vida continuará a pautar decisões de gestão, impulsionada por ferramentas de inteligência artificial que podem tornar a redução de jornada mais viável.

Com informações de InfoMoney

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