Target nomeia novo presidente na tentativa de conter queda nas vendas

NOVA YORK (EUA) – A rede varejista norte-americana Target anunciou a escolha de Michael Fiddelke, atual diretor de operações, como novo presidente-executivo. Ele assumirá o comando em fevereiro, substituindo Brian Cornell, que ocupou o cargo por uma década e era cotado para se aposentar.

A mudança ocorre em meio a uma retração nas vendas e à queda do valor de mercado da companhia. Logo após o anúncio, as ações da Target recuaram quase 11%, mas recuperaram parte das perdas ao longo do pregão.

Pressão por melhora nos resultados

Fiddelke, que trabalha na empresa há 20 anos, afirmou em comunicado que a Target tem “muito trabalho a fazer” e precisa avançar “mais rápido, muito mais rápido”. Entre as prioridades, o executivo citou elevar a qualidade dos produtos e ampliar o uso de tecnologia em todas as operações.

Especializada em roupas de baixo custo, alimentos, itens para casa, eletrônicos e brinquedos, a varejista enfrenta concorrência intensa de gigantes como Amazon e Walmart. No início do ano, suas ações despencaram e, desde então, permanecem praticamente estáveis.

Reação do mercado

Analistas mostraram ceticismo quanto ao impacto imediato da escolha. Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown, avaliou que investidores poderiam preferir um nome de fora da companhia, capaz de trazer “conhecimento, visão e energia adicionais” em um cenário de forte competição. Para Michael Baker, da DA Davidson, o anúncio “não tem o impacto” que uma contratação externa relevante poderia gerar.

Cenário desafiador

Em maio, a Target revisou para baixo suas projeções depois de registrar queda de 5,7% nas vendas do trimestre encerrado naquele mês. A empresa atribuiu o recuo a um “ambiente altamente desafiador”, marcado por tarifas de importação e custos elevados. O segmento de produtos discricionários, como vestuário e eletrônicos, foi apontado como o mais afetado.

A companhia também enfrentou críticas após decidir encerrar metas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), movimento que gerou reação negativa de parte dos consumidores.

Com a nomeação, a Target retoma a tradição de promover líderes internos à presidência. Cornell, escolhido em 2014, havia sido o primeiro executivo contratado fora dos quadros da empresa para ocupar o posto máximo.

Com informações de BBC News