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Tarifas de Trump desafiam popularidade de produtos escoceses nos Estados Unidos

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Edimburgo / Washington – A nova rodada de tarifas do governo Donald Trump, aplicadas desde o início de 2025, impôs um acréscimo de 10% sobre todas as importações britânicas, colocando em risco a presença de itens tradicionais da Escócia, como shortbread, uísque e salmão, nas prateleiras norte-americanas.

Impacto direto nas pequenas empresas

Em Greensboro, Carolina do Norte, a lojista Anne Robinson, proprietária da Scottish Gourmet USA, já repassou parte do aumento aos consumidores. “Cada caixa de biscoito ficou pelo menos US$ 1 mais cara”, afirma. Segundo ela, o efeito combina o novo imposto, a valorização da libra frente ao dólar e custos internos mais altos.

O receio é que o público migre para alternativas produzidas nos EUA, como o shortbread Lorna Doone, vendido entre US$ 5 e US$ 6, enquanto a versão escocesa pode chegar a US$ 10. A mudança ameaça empregos em Aberlour, Speyside, onde a Walker’s produz o tradicional biscoito e emprega até 1.700 pessoas no pico do período pré-Natal.

Grandes companhias calculam prejuízos

Multinacionais também projetam perdas bilionárias:

  • Toyota: impacto anual estimado em US$ 7,1 bilhões;
  • Honda: mais de US$ 2,3 bilhões;
  • General Motors: entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões;
  • Ford: cerca de US$ 1,5 bilhão em 2025;
  • Caterpillar: aproximadamente US$ 1 bilhão.

O grupo Diageo, dono de rótulos como Johnnie Walker, calcula desembolso adicional de £150 milhões por ano para manter suas exportações de uísque ao mercado norte-americano.

Tarifas variam conforme a origem

Outras alíquotas já em vigor incluem 50% sobre café do Brasil, 39% para relógios, queijos e ouro da Suíça, além de 15% sobre automóveis alemães e demais mercadorias da União Europeia. Smartphones fabricados na Índia enfrentam sobretaxa de 25%, com possibilidade de dobrar em três meses devido às compras indianas de petróleo russo.

Reação em cadeia no mercado de salmão

Os números divulgados na quinta-feira mostram que as exportações de salmão escocês aos EUA somaram £190 milhões no primeiro semestre de 2025, mais que o dobro do mesmo período de 2024. Especialistas apontam que importadores anteciparam compras para congelamento antes da tarifa entrar em vigor.

Com a Escócia pagando 10% e a Noruega, 15%, produtores noruegueses, chilenos e canadenses planejam desviar parte da produção para a União Europeia e a Ásia, pressionando preços nesses mercados. Relatório da consultoria norueguesa Kontali prevê queda de valores, beneficiando consumidores europeus.

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Imagem: bbc.com

No Reino Unido, a Salmon Scotland destinou £50 mil – montante igualado pelo governo escocês – para promover nos supermercados franceses o selo de qualidade “Label Rouge”, a fim de defender participação frente ao aumento da oferta externa.

Tensões diplomáticas e dólar mais fraco

Os países atingidos avaliam contramedidas, enquanto presidentes do Brasil e da Índia indicam pouca disposição para negociar. A moeda norte-americana, já 10% mais fraca em relação à libra do que há um ano, encarece viagens de cidadãos dos EUA ao exterior.

No Alasca, a reunião entre Trump e Vladimir Putin, na sexta-feira, terminou sem esclarecimentos sobre possíveis sanções adicionais à Rússia, aumentando a incerteza para importadores.

Para a empresária Anne Robinson, as tarifas “são um imposto que não gera serviço nem programa público”. Ela adiou contratação de funcionários, reajustes salariais e expansão de estoque. “Quando deveríamos estar crescendo, estamos lutando para sobreviver”, resume.

Com informações de BBC

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