Técnica apurada e leitura precisa da defesa asseguram contrato de 3NT em partida de bridge

Londres, 27 de agosto de 2025 – Uma análise do colunista Paul Mendelson, publicada no Financial Times, mostra como a combinação de técnica e sensibilidade às ações dos adversários pode transformar um contrato aparentemente impossível de 3NT em sucesso na mesa de bridge.

Sequência de lances

No diagrama apresentado, Sul é o carteador com todos vulneráveis. Norte abre 1NT e, após passar de Leste e Oeste, Sul eleva direto a 3NT. O contrato final é disputado por todos os declarantes, mas poucos conseguem cumprir a meta.

O ataque inicial vem de Oeste com o K de copas. A expectativa, à primeira vista, é depender de uma divisão equilibrada em paus, de um possível 3-3 em espadas ou, ainda, de Leste deter o K de espadas — cenários que, na realidade, não se confirmam.

Primeiras manobras

Ao presumir que Oeste iniciou a defesa a partir de um naipe de cinco cartas, o declarante opta por deixar passar a primeira rodada de copas e ganha a segunda. Em seguida, executa quatro voltas de ouros; durante essas rodadas, Sul descarta o 9 de copas, Leste larga o 4 de paus e Oeste se desfaz do 2 de paus.

Momento decisivo

Com a situação encaminhada, o declarante conduz o K e o A de copas. Se Oeste tivesse descartado uma espada antes e ficasse curto no naipe, a posição ficaria clara. Caso acompanhe ambas as rodadas, cabe ao jogador decidir entre torcer por uma divisão 3-3 em espadas ou jogar Oeste com o K de espadas.

Mendelson destaca que, se Oeste possuísse combinações como 10-7-3 ou J-7-3 de espadas, seria plausível ter descartado uma espada em vez de uma copa. Já com K-x-x, a saída de uma carta baixa de copas é considerada segura. Por isso, o melhor caminho é o endplay.

Endplay e vitória

O declarante coloca Oeste na liderança ao jogar o 8 de ouros do morto, descartando uma espada da mão. Oeste, satisfeito, apanha suas três vitórias em paus, mas se vê obrigado a devolver carta a partir de K-10 em copas. Esse retorno entrega duas vazas de copas ao declarante, suficientes para cumprir o contrato de 3NT.

O exemplo de Mendelson reforça como a leitura atenta dos descartes e a escolha do momento certo para o endplay podem reverter situações em que, à primeira vista, o contrato parece comprometido.

Com informações de Financial Times