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O tempo que cada consumidor da região metropolitana de São Paulo passa sem energia elétrica quase triplicou entre 2021 e 2024. Levantamento da consultoria Daimon, encomendado pela Folha, indica que o DEC (Duração Equivalente por Consumidor) na área atendida pela Enel SP subiu de aproximadamente 7 horas anuais, em 2021, para perto de 22 horas no ano passado.
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Dos 15 conjuntos elétricos que mais pioraram entre 2020 e 2024, nove ficam na zona sul da capital. O entorno do Jardim São Luís lidera: o tempo sem luz saltou de pouco mais de 7 horas para 51 horas. Campo Belo, Campo Grande, Cidade Ademar, Jabaquara e Santo Amaro passaram de 7 para 42 horas.
No Jardim Germânia, também na zona sul, o DEC chegou a 66 horas em 2024, resultado de sete interrupções. Comerciantes e moradores relatam a compra de geradores para reduzir perdas, como o dono de mercadinho Rildo Barbosa Vieira, que ficou cinco dias sem fornecimento em novembro de 2023.
Cidades vizinhas
Entre os municípios, Cotia somou quase 64 horas no escuro em 2024, seguida por Embu das Artes, com 54 horas. No bairro Vale do Sol, em Embu, o servidor público Anderson Moura disse ter enfrentado sete dias consecutivos de corte em outubro passado.
Rede subterrânea faz diferença
Áreas com fiação enterrada registram resultados bem melhores. Na rua Augusta, onde 96% da rede é subterrânea, o tempo sem luz ficou abaixo de duas horas no ano passado. Trechos do Itaim Bibi próximos à rua Tabapuã, com 75% da rede enterrada, tiveram apenas 48 minutos de interrupção em todo o ano.
Clima adverso e estrutura da rede
O diretor-geral da Daimon, Carlos Barioni, relaciona a deterioração dos indicadores ao aumento da intensidade das tempestades, citando eventos de novembro de 2023 e outubro de 2024. Segundo ele, o número de ocorrências não cresceu tanto, mas o impacto de cada uma é maior, prolongando o restabelecimento.
Para o engenheiro Sidney Simonaggio, ex-Enel SP, a solução passa por modernizar a rede aérea, substituindo o sistema de cruzetas com fios nus por cabos compactos e isolados, além de instalar medidores digitais e sensores de corrente para acelerar a identificação de falhas.
Imagem: Paulo Pinto via valor.globo.com
Resposta da Aneel e da concessionária
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que os eventos extremos revelaram falta de preparação das distribuidoras e do poder público. A agência multou a Enel pela demora na recomposição, endureceu as regras de compensação aos consumidores e fixou meta regulatória de 7 horas para o DEC em 2025.
A Enel SP declarou ter contratado 1.200 profissionais entre 2024 e março deste ano, dobrado o volume de podas preventivas para 600 mil em 2024 e realizado 372 mil nos primeiros meses de 2025. A companhia anunciou investimentos de R$ 10,4 bilhões até 2027, instalou 100 religadores automáticos e montou uma frota de 900 geradores.
Segundo o diretor de Operação e Manutenção, Márcio Jardim, 80% dos consumidores afetados pelos temporais de 2024 voltaram a ter energia em até 24 horas, ante 66% no ano anterior. A empresa também informou que o TMA (Tempo Médio de Atendimento) caiu pela metade entre os verões de 2024 e 2025.
Entenda os indicadores
O estudo considerou o DEC — tempo médio anual sem fornecimento — e o FEC — número médio de interrupções. Os dados usados correspondem à “visão do cliente”, que inclui tempestades atípicas. Para efeito regulatório, a Aneel desconsidera esses eventos extremos, mas analisa criar metas específicas diante da crescente severidade climática.
Com informações de Valor Econômico
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