Topshop anuncia retorno às lojas físicas e promove primeiro desfile em sete anos

Londres – A Topshop confirmou que voltará a operar lojas próprias no Reino Unido, marcando o retorno da marca às ruas quatro anos após o colapso do grupo Arcadia, em 2020. A informação foi dada por Michelle Wilson, diretora-geral de Topshop e Topman, à BBC News.

O anúncio ocorreu no mesmo dia em que a grife realizou, no sábado, seu primeiro desfile em sete anos, na Trafalgar Square, no centro de Londres. A modelo Cara Delevingne, historicamente ligada à marca, esteve entre os convidados.

Plano de reabertura

Segundo Wilson, produtos da etiqueta voltarão a ser vendidos em algumas lojas ainda neste mês, e unidades independentes “definitivamente” serão inauguradas em várias regiões do país. Datas e endereços, porém, não foram divulgados. A executiva afirmou que a empresa adotará uma expansão “cautelosa” para evitar erros do passado.

Desafios e público-alvo

A principal meta é reconquistar as consumidoras que cresceram com a marca nos anos 2000 e, ao mesmo tempo, atrair a geração mais jovem. “Precisamos oferecer o melhor produto de moda, com qualidade e preço competitivo”, disse Wilson.

Para a jornalista de moda Amber Graafland, a marca perdeu o status de “cool” antes do fechamento das lojas, e será necessário criar novidades para seduzir novas clientes. Wayne Hemingway, designer e cofundador da Red or Dead, lembra que a Topshop foi pioneira em parcerias e tendências durante os anos 1990 e 2000, algo que pode ser retomado.

Concorrência e sustentabilidade

Hoje, um par de jeans da Topshop custa cerca de £50, enquanto rivais como a chinesa Shein oferecem modelos por cerca de £17. Wilson sustenta que preços mais altos refletem maior preocupação com sustentabilidade e condições de trabalho na cadeia produtiva.

A volta ocorre em um cenário difícil para o varejo britânico: na semana passada, a rede de acessórios Claire’s entrou em administração. Ainda assim, especialistas veem espaço para a Topshop retomar o “estilo londrino” no mercado, dominado por grupos como Zara e H&M.

Com informações de BBC News