Tribunal italiano adia decisão sobre liberdade de Carla Zambelli, que segue presa em Roma

O Tribunal de Apelações de Roma encerrou, na tarde desta quarta-feira (27), a audiência que discute o pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) sem deliberar se a parlamentar aguardará o processo em liberdade. Com isso, a deputada permanece detida no Complexo Penitenciário de Rebibbia, na capital italiana.

O juiz responsável solicitou mais tempo para analisar a documentação apresentada pela defesa e pode divulgar nova decisão ainda hoje. Os advogados pleiteiam a soltura imediata de Zambelli, alegando questões de saúde e o fato de o governo brasileiro não ter requerido prisão preventiva.

A estratégia esbarra em entendimento já firmado pela Corte Suprema da Itália, segundo o qual a inclusão de um investigado na difusão vermelha da Interpol, como ocorreu com a brasileira, equivale a um pedido de prisão. Um laudo médico analisado na audiência também concluiu que o estado clínico da deputada é compatível com a permanência na prisão e não impede eventual transferência ao Brasil.

Condenações no Brasil

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli por porte ilegal de arma de fogo, por 9 votos a 2. A Procuradoria-Geral da República a acusa de ter perseguido, armada, o jornalista Luan Araújo em 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições. Ela nega o crime.

Em maio, a Primeira Turma do STF já havia imposto à deputada pena de 10 anos de reclusão, em regime inicial fechado, por invasão de sistemas e falsificação de documentos do Conselho Nacional de Justiça, ao lado do hacker Walter Delgatti Neto.

Prisão na Itália e pedido de extradição

Com dupla cidadania, Zambelli deixou o Brasil em maio e solicitou asilo político na Itália. O ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão no caso do CNJ, e a deputada foi detida em 29 de julho, em Roma. O governo brasileiro requer sua extradição, que segue sem prazo para decisão.

Com informações de InfoMoney