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Trump intensifica pressão por redistritamento e pode garantir maioria republicana na Câmara por décadas, dizem analistas

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem cobrando que estados sob controle republicano redesenhem seus distritos eleitorais para as eleições legislativas de meio de mandato de 2026. Especialistas ouvidos apontam que a estratégia pode assegurar ao Partido Republicano uma vantagem duradoura na Câmara dos Representantes, onde hoje detém 219 assentos contra 212 dos democratas.

Estratégia parte do Texas

A ofensiva começou pelo Texas, cuja legislatura aprovou na semana passada um novo mapa que cria cinco cadeiras adicionais favoráveis aos republicanos. Em resposta, democratas da Califórnia apresentaram proposta que também ampliaria em cinco o número de distritos democratas; a mudança ainda precisa ser avaliada pelos eleitores em plebiscito marcado para novembro.

Vantagem estrutural republicana

Atualmente, o Partido Republicano controla governos e legislativos em 23 estados, enquanto os democratas lideram 15. Segundo analistas independentes, alterações populacionais podem render até 11 novas cadeiras em estados republicanos do Sul e do Oeste após o Censo de 2030, reforçando o potencial de domínio conservador na Câmara.

Preocupação com gerrymandering

Pessoas contrárias à prática de manipular distritos — conhecida como gerrymandering — manifestam receio de que a disputa agrave a polarização. Pesquisa Reuters/Ipsos realizada neste mês indica que a maioria dos norte-americanos rejeita o redistritamento partidário e teme riscos à democracia.

Hoje, analistas consideram apenas cerca de 36 dos 435 distritos competitivos para 2026. “Isso significa que a vontade do eleitor deixa de ser refletida no resultado final”, afirmou Thomas Kahn, diretor interino do Centro de Estudos Presidenciais e Congressionais da American University.

Movimento populacional

Estados tradicionalmente democratas, como Califórnia e Nova York, enfrentam perda de residentes para regiões republicanas como Flórida, Texas e Idaho. Levantamento do censo mostra que quase todo o crescimento populacional em Texas e Flórida desde 2020 ocorreu entre hispânicos, negros e asiáticos — 97% dos novos texanos e mais de 75% dos novos floridianos pertencem a esses grupos.

Apesar disso, democratas acusam os republicanos de diluírem o voto de minorias ao distribuir eleitores hispânicos em distritos de maioria branca conservadora. Já a direção republicana argumenta que muitos migrantes preferem estados governados pelo partido devido a menor custo de vida e ambiente de negócios.

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Imagem: J. Scott Applewhite via valor.globo.com

Impacto político recente

O clima de tensão levou à saída de parlamentares moderados. O deputado Don Bacon, de Nebraska, deixou o Congresso após críticas de Trump, e Mike Gallagher, de Wisconsin, renunciou em 2024 após divergências sobre o impeachment do ex-secretário de Segurança Interna Alejandro Mayorkas. Ex-representante da Califórnia, John Duarte avaliou que o crescente partidarismo impede avanços em temas prioritários.

Na eleição presidencial de novembro passado, Trump obteve 51% do voto hispânico nacional, 14 pontos percentuais acima de seu desempenho em 2020 — resultado que, para analistas, reforça o interesse republicano em redesenhar distritos de modo a consolidar esse avanço.

Adam Kinzinger, ex-deputado republicano que perdeu a cadeira em Illinois após o redistritamento de 2020, resume a preocupação: “Cada vez que quebramos uma norma, ela não volta mais. Podemos entrar numa avalanche de redistritamentos constantes”.

Com informações de Valor Econômico

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