Trump e Zelensky retomam diálogo na Casa Branca com clima amistoso após meses de tensão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reuniram-se nesta segunda-feira (18) na Casa Branca, sinalizando reaproximação depois de um período marcado por atritos diplomáticos.

Diferentemente do encontro anterior, cheio de críticas públicas, a conversa de hoje ocorreu em tom descontraído. Zelensky chegou vestindo um terno preto — trocando o uniforme militar que costuma usar em agendas externas — e foi recebido por Trump com sorrisos e comentários bem-humorados sobre o novo visual. O líder ucraniano retribuiu a brincadeira, observando que o presidente americano usava “o mesmo paletó da última vez”.

Antecedentes do desentendimento

Menos de seis meses atrás, em fevereiro, os dois presidentes protagonizaram um embate no Salão Oval. Na ocasião, Zelensky rejeitou uma proposta que permitiria aos Estados Unidos exploração de terras ucranianas ricas em minerais em troca de apoio militar, deixando a reunião sem conceder coletiva de imprensa. Trump reagiu chamando o ucraniano de “comediante modestamente bem-sucedido” e insinuou ingratidão, além de dizer que Zelensky “brincava com a Terceira Guerra Mundial”.

Possível acordo para encerrar a guerra

Ao lado de Zelensky, Trump afirmou acreditar em “boa chance” de finalizar um acordo para pôr fim ao conflito com a Rússia. “Não vou dizer que é o fim, mas temos uma boa chance”, declarou, acrescentando que o presidente russo, Vladimir Putin, também desejaria o encerramento da guerra.

Zelensky destacou “grandes passos” rumo a um cessar-fogo, embora tenha classificado os recentes bombardeios russos como “cínicos”. O ucraniano confirmou negociações para adquirir sistemas antimísseis Patriot e disse haver recursos disponíveis para a compra.

Condições em discussão

Nos bastidores, a proposta de Washington inclui dois pontos principais: a renúncia ucraniana à entrada na Otan e o reconhecimento, por Kiev, da posse russa sobre territórios já ocupados, como a Crimeia. A Casa Branca avalia que tais condições poderiam conter a escalada do conflito e garantir “paz duradoura com proteção e segurança para ambos os lados”, nas palavras de Trump.

Perguntado sobre o eventual envio de tropas dos EUA, o presidente americano disse que a decisão será anunciada “nos próximos dias”, acrescentando que a presença militar seria “necessária para encerrar o conflito”.

Com informações de InfoMoney