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Usina de bioetanol britânica inicia fechamento e deve demitir 160 funcionários

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Hull (Reino Unido) – A Vivergo, uma das duas plantas de bioetanol em operação no Reino Unido, confirmou que encerrará a produção e iniciará o desligamento de seus 160 empregados na próxima terça-feira (18). O anúncio ocorre após o governo britânico decidir, na sexta-feira (14), que não oferecerá apoio financeiro ao setor, pressionado pela concorrência do etanol importado dos Estados Unidos.

A empresa, controlada pela Associated British Foods, afirmou que, sem ajuda estatal, continuaria operando com “fortes prejuízos”. A meta é concluir todas as demissões e entregar o local preparado para demolição até o fim do ano.

Impacto da decisão governamental

O governo justificou que um pacote de resgate não traria benefício suficiente ao contribuinte nem resolveria os problemas estruturais da indústria. Em maio, Londres assinou um acordo comercial que eliminou a tarifa de 19% sobre o etanol norte-americano, até um limite de 1,4 bilhão de litros – volume equivalente a todo o mercado britânico.

Mesmo antes do pacto, produtores locais reclamavam de vantagem competitiva dos EUA: lá, o etanol é classificado como coproduto de resíduos, enquanto o fabricado no Reino Unido não recebe esse status.

Consequências para a cadeia produtiva

Ben Hackett, diretor-geral da Vivergo, classificou a decisão como “um golpe massivo para Hull e o Humber”, acusando o governo de “comercializar” o setor e cometer um “ato flagrante de autossabotagem econômica”. Ele alerta para efeitos em fornecedores e clientes, já que agricultores podem ter dificuldade para escoar trigo que não atende ao padrão alimentício.

Andrew Symes, presidente-executivo da OXCCU, especializada em combustível de aviação sustentável, disse à rádio Today que o fechamento tornará o Reino Unido dependente de importações de CO₂ e etanol, algo que considera “arriscado”.

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Imagem: bbc.com

Outra planta aguarda definição

No país, resta apenas uma unidade de bioetanol, em Redcar (Teesside), controlada pela alemã Ensus. A empresa aguarda resposta do governo sobre possíveis medidas para manter sua produção de CO₂, insumo usado em indústrias, alimentos e saúde. A Vivergo também planejava capturar CO₂, mas ainda não havia iniciado o projeto.

Em nota, o governo afirmou que a decisão foi tomada “no interesse nacional” e que o acordo tarifário com os EUA protegeu “centenas de milhares de empregos” nos setores automotivo e aeroespacial. Um porta-voz acrescentou que autoridades colaborarão com as empresas durante o processo de encerramento e que seguem trabalhando em propostas para garantir a resiliência do abastecimento de CO₂.

Charlotte Brumpton-Childs, dirigente nacional do sindicato GMB, declarou que o compromisso governamental com políticas verdes deve incluir a preservação de empregos verdes: “Uma estratégia de energia limpa não significa nada se não protegermos plantas tempo suficiente para gerar postos de trabalho sustentáveis no Reino Unido”.

Com informações de BBC News

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