Venezuela chama população para alistamento na Milícia Bolivariana após envio de tropas dos EUA ao Caribe

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, convocou a população a se inscrever na Milícia Bolivariana neste sábado (23) e domingo (24) de agosto, em resposta ao que classificou como ameaças militares dos Estados Unidos. A mobilização ocorre em praças públicas e quartéis de todo o país, conforme orientação do presidente Nicolás Maduro.

Em mensagem publicada no Telegram, Rodríguez afirmou que o “avanço insolente” de Washington “ousa ameaçar” a Venezuela. “O presidente Nicolás Maduro nos convoca ao Alistamento Nacional”, escreveu a vice-presidente, pedindo “participação massiva” pela “paz e pelo futuro” dos venezuelanos.

Presença militar dos EUA

A convocação acontece poucos dias depois de o governo Donald Trump ampliar a presença militar norte-americana no Caribe. Um esquadrão anfíbio com 4.500 militares — entre eles 2.200 fuzileiros navais — deve chegar à costa venezuelana no domingo (24). A frota inclui os navios USS San Antonio, USS Iowa Jima e USS Fort Lauderdale, todos voltados para operações de guerra anfíbia.

Washington afirma que a missão integra uma estratégia contra cartéis de drogas latino-americanos considerados “narcoterroristas”, como o Cartel de Sinaloa e o grupo venezuelano Tren de Aragua. Paralelamente, o Departamento de Estado elevou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, acusado pelos EUA de chefiar um cartel narcoterrorista — alegação rejeitada pelo líder venezuelano.

Referência à “Zona de Paz”

Rodríguez e Maduro lembraram a Declaração da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, aprovada pela Celac em 2014, que prevê rejeição ao uso da força e respeito à soberania dos povos. Segundo a emissora estatal TeleSur, o governo venezuelano considera que a movimentação militar norte-americana viola esse compromisso regional.

O alistamento prossegue até domingo em todo o país.

Com informações de InfoMoney