Venezuelanos de todas as idades formam filas para se alistar na Milícia Bolivariana

Caracas, 23 de agosto de 2025 – Longas filas foram registradas neste sábado em diversas cidades da Venezuela para o alistamento na Milícia Nacional Bolivariana, após convocação feita pelo presidente Nicolás Maduro.

Imagens divulgadas pela emissora estatal TeleSur mostram homens e mulheres de diferentes faixas etárias – inclusive muitos idosos – aguardando a inscrição em frente a prédios públicos, igrejas e praças. Na capital, familiares ajudaram pessoas de idade avançada a preencher formulários, enquanto soldados organizavam o fluxo de voluntários sob tendas montadas nas calçadas.

Mobilização ocorre em meio a tensão com os EUA

O recrutamento foi anunciado como parte do Grande Plano Nacional de Soberania e de Paz Simón Bolívar, que o governo descreve como resposta a “ameaças imperialistas”. A iniciativa coincide com a movimentação de forças norte-americanas no Caribe: autoridades venezuelanas afirmam que até três destróieres lançadores de mísseis estão a caminho da região, além do grupo anfíbio Iwo Jima, com 4.500 marinheiros, e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, composta por 2.200 soldados.

Segundo o Ministério da Defesa, a mobilização pretende “demonstrar firmeza, organização e resistência” diante do que Caracas classifica como campanha de agressão armada e psicológica liderada por Washington. Durante o anúncio, Maduro citou a Declaração da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, aprovada pela Celac em 2014, reforçando o compromisso regional de rejeitar o uso da força.

Participação de vários setores

A TeleSur informou que milhares de voluntários compareceram aos pontos de alistamento, entre eles profissionais da saúde, estudantes da Universidade Nacional Experimental de la Seguridad (UNES) e integrantes de conselhos comunais. Em várias praças, grupos entoaram slogans como “A pátria não se vende” e “Venezuela não se rende”.

Não há balanço oficial sobre o número total de novos inscritos até o momento.

Com informações de InfoMoney