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Em episódio especial do podcast Political Fix, publicado em 22 de agosto de 2025, jornalistas do Financial Times descreveram a situação do National Health Service (NHS) como a pior de sua história recente e discutiram o plano governamental de 10 anos para tentar retomar a confiança do público.
Conteúdo do Artigo
ToggleInsatisfação recorde e pressão por reformas
Segundo a equipe do FT, somente 21% dos britânicos estavam satisfeitos com o NHS em 2024, o nível mais baixo já registrado. A queda na aprovação motivou o governo a lançar um programa de recuperação de uma década, que tem como metas principais:
- reduzir filas de atendimento;
- melhorar o acesso a consultas de clínicos gerais (GPs);
- investir em tecnologia digital e prevenção.
Quadro atual do serviço
A editora global de Saúde do FT, Sarah Neville, afirmou que os indicadores “estão historicamente ruins”. Entre os pontos citados:
- alta na fila por cirurgias consideradas “não urgentes”, como próteses de quadril e joelho;
- objetivo de atender quase todos os pacientes em até 18 semanas até 2029 está ameaçado;
- crescimento da prática de “corridor care”, em que pacientes são tratados em corredores por falta de leitos, situação incomum em outros países europeus.
Fuga para o setor privado
Miranda Green, vice-editora de opinião, destacou o aumento de britânicos que contratam seguro-saúde ou pagam diretamente por tratamentos para evitar as filas do sistema público. O movimento, antes mais concentrado na Inglaterra, teria se intensificado em todas as nações do Reino Unido após a pandemia.
Desafio orçamentário
O comentarista econômico Chris Giles lembrou que, desde 1948, o NHS costuma necessitar de acréscimos superiores a 3% acima da inflação ao ano. Durante o governo trabalhista de 2000, o orçamento chegou a crescer 7% em termos reais por vários anos. Hoje, envelhecimento populacional, avanço de tratamentos sofisticados e limitação das contas públicas ampliam a pressão financeira.
Conteúdo do plano de 10 anos
O documento, conduzido pelo secretário de Saúde Wes Streeting, baseia-se em três eixos, segundo Neville:
- Do hospital para a comunidade: reforço à atenção primária e integração com assistência social;
- Do analógico para o digital: uso de aplicativo do NHS, inteligência artificial e robótica;
- Da doença para a prevenção: foco em obesidade, saúde mental e campanhas de saúde pública.
Projetos-piloto que reúnem orçamentos de hospitais, GPs e outras entidades devem começar em 2027, restritos a regiões de “alto desempenho”.
Imagem: ft.com
Greve de médicos residentes
O programa também comentou a nova reivindicação salarial dos resident doctors (antigos junior doctors). Após paralisações de até dois anos, a categoria voltou a pedir aumento tomando 2008 como base de cálculo. O governo sinalizou negociar condições de trabalho, mas resiste a reajustes adicionais.
Risco de sistema em duas velocidades
Participantes do podcast alertaram que o avanço do atendimento privado e futuras discussões sobre “copagamentos” podem levar o NHS a um modelo de dois níveis. Mesmo assim, pesquisas mostram apoio “sólido” ao princípio de financiamento majoritariamente público, embora a confiança na prestação atual esteja abalada.
O episódio terminou com a pergunta: “O NHS pode ser reformado ou sua condição é terminal?” Para o FT, a resposta dependerá do êxito do plano decenal, da capacidade de financiamento e da reação dos pacientes às mudanças.
Com informações de Financial Times
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